Antes de ser assassinada, Erica Miranda Souza, de 27 anos, registrou boletins de ocorrência contra o marido Diogo Cardoso Souza, de 28 anos, e implorou para não ser morta na frente do filho de 9 anos, segundo a polícia. Após o crime, o autor dos disparos exigiu que a criança deitasse junto com o corpo da mãe, já morta, e fugiu.
O crime foi cometido em frente aos filhos da mulher, de 2 e 9 anos, em uma propriedade rural de Terenos (MS), cidade vizinha a Campo Grande. Ao chegar no local, a polícia encontrou a criança mais nova abraçada ao corpo da mãe.
De acordo com a polícia, antes de ser morta com tiros no rosto, Erica pediu perdão e implorou para que o companheiro não atirasse na frente do filho, de 9 anos. O boletim de ocorrência detalha que a vítima morreu por volta das 23h de domingo (22).
Depoimento
Ao confessar o assassinato, Diego contou detalhes dos momentos que antecederam o crime. Segundo o sargento Schibelsky, responsável pelo flagrante, o homem lembrou que na noite de domingo, jantou com a esposa, o enteado de 9 anos e o filho de 2 anos. Ele bebia durante a refeição.
Ainda durante o jantar, a briga começou. Segundo o suspeito, era Erica quem tinha ciúmes dele e justamente isso causou a discussão. Na briga, ele se sentiu desafiado. Teria ouvido da mulher que era um homem “sem coragem”. A resposta foi apenas uma. “Vou te mostrar quem é covarde”.
Diego foi até a casa do patrão, pegou o revólver que estava no local, voltou para casa e matou a esposa com cinco tiros na frente do filho.
Não bastasse ver a mãe morta, o menino ainda precisou seguir as ordens do padrasto. Escondeu a arma em uma propriedade vizinha e deitou junto com o irmão ao lado do corpo da mãe. Ali ele dormiu, uma exigência do assassino, que também mandou que só saísse para pedir ajuda nas primeiras horas de segunda-feira (23).
Por volta das 6h desta segunda-feira (23), o garoto, de 9 anos, saiu da casa onde estava e andou cerca de 2 km para pedir socorro. Em uma propriedade vizinha, o menino disse que o padrasto havia atirado na mãe. Foi então que a polícia foi acionada.
O caso é investigado pela Polícia Civil de Terenos e foi registrado como “Feminicídio majorado, se praticado na presença de descendente ou de ascendente da vítima”. A prisão de Diogo foi feita por policiais do Grupo de Operações e Investigações (GOI).
G1 MS