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Menino de 2 anos também teria sido abusado e fonoaudiólogo já responde a 5 inquéritos

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A Polícia Civil, por meio da Depca (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), instaurou cinco inquéritos contra o fonoaudiólogo de 30 anos, acusado de estuprar crianças em seu consultório, em Campo Grande. Ele foi preso no dia 9 deste mês, após a primeira denúncia vir à tona.

De acordo com o delegado Marcelo Damasceno, até a última sexta-feira (18) cerca de 17 crianças já tinham sido ouvidas e cinco inquéritos foram instaurados contra o profissional. A última vítima do fonoaudiólogo seria um menino de 2 anos. A mãe teria percebido comportamento estranho da criança.

O menino chegou a ser ouvido por psicólogos na delegacia, mas devido a sua baixa idade não foi possível ter detalhes do que acontecia no consultório. Segundo as investigações da delegada Fernanda Félix, o profissional tinha por preferência crianças menores de 8 anos, e quanto menor a vítima, mais agressivo ele era ao cometer os crimes.

O especialista também sempre oferecia doces, balas, pirulitos, chicletes como forma de ‘recompensa’ para as suas vítimas, sempre meninos. O profissional também atendia meninas, mas elas contaram que não sofreram nenhum tipo de abuso por parte do fonoaudiólogo.

Ainda segundo a delegada, quanto menor a criança e com mais problemas de fala, o autor era mais agressivo. O fonoaudiólogo ainda abordava os pais na saída das sessões ou por meio de mensagens, como forma de averiguar se algo havia sido dito sobre o que havia ocorrido dentro do consultório.

A psicóloga Vanessa Machado que atendeu as crianças na delegacia relatou que todas as vítimas não conseguiam se expressar direito e não viam a situação como abuso, já que o fonoaudiólogo tratava como uma ‘brincadeira’.

Uma das mães de um menino de 4 anos, procurou a delegacia na manhã da última quarta (16), após saber sobre as denúncias de abusos cometidos pelo fonoaudiólogo. Ela ainda em choque contou  que o filho estava desconfortável desde a última sessão quando saiu chorando do consultório.

Ela ainda contou que o filho passou duas semanas com terror noturno e estavam achando que poderia ter sido algum filme que o menino havia assistido. A criança fazia acompanhamento com o fonoaudiólogo desde que a outra médica que atendia ele havia mudado de cidade. De acordo com a mãe do menino, nunca passou pela cabeça dela que o profissional pudesse fazer algo do gênero. Ainda segundo a mãe, o fonoaudiólogo passava atividades para que fizesse em casa, mas na última sessão o profissional não passou nada para a criança.

“Sentimento de impotência total”, disse a mãe sobre os abusos cometidos contra o filho enquanto ela aguardava na recepção do consultório. Outra vítima de 5 anos disse que o fonoaudiólogo mandava ele deitar na maca e passava as mãos nele. Com esta criança, a delegada disse que o autor teria sido mais agressivo. Ele vai responder por estupro de vulnerável individualmente por cada vítima e as penas vão de 5 a 8 anos.

Prisão

No fim da tarde do dia 9 de março, o fonoaudiólogo foi preso em flagrante em Campo Grande, por estupro de vulnerável no Centro de Campo Grande. Ele foi encaminhado para a Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).

Para o Jornal Midiamax, o advogado da família da vítima, Silvio de Almeida, relatou que o menino já fazia o tratamento com o fonoaudiólogo há 5 meses. Recentemente, ele teria conversado com o irmão mais velho, de 10 anos, que também já fez sessões de fonoaudiologia.

O caçula então perguntou se era normal que o fonoaudiólogo passasse a mão nos órgãos genitais. O irmão disse que não e orientou a criança, que contou sobre o ocorrido para a mãe. O menino teria um atendimento na quinta-feira, mas como não poderia acompanhar, a mãe adiantou para a quarta.

Ela acompanhou o filho, ficou na recepção e pediu para ele sair correndo da sala e gritar caso alguma coisa acontecesse. Assim, com 15 minutos de sessão o menino saiu chorando, aos prantos, da sala. A mulher foi até a sala do fonoaudiólogo, com uma testemunha, e o deteve até a chegada da polícia.

O profissional teria colocado a criança na maca, passado a mão na barriga do menor e, depois, teria tocado as partes íntimas do garoto. O homem, de 30 anos, foi preso em flagrante, mas tentou negar o crime. ‘Não fiz nada’, disse. Já o menino prestou esclarecimentos em depoimento especial, acompanhado de psicóloga, confirmando novamente os abusos.

Créditos: MidiaMax

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