Na vizinhança da casa onde morava Francielle Guimarães Alcântara, 36 anos, a mulher quase não era vista, embora morasse no local há cerca de 8 anos. Ontem, a rotina de violência vivida por ela veio à tona, quando Francielle morreu, depois de passar 27 dias sob tortura.
O marido, Adailton Freixeira da Silva, 46 anos, é procurado pelo crime, ocorrido na casa na rua Cachoeira do Campo, no Portal Caiobá. O imóvel é fechado, com portão sem grandes e é possível ver câmera de segurança na entrada.
A informação extraoficial, obtida pela reportagem, é que o equipamento foi instalado em cada cômodo da casa.
Poucos vizinhos quiseram falar com a reportagem do Campo Grande News. A maioria desconversou, só respondendo que “não tinha nada para falar”.
Uma das poucas a dar mais informações, a vendedora Gabriela Arce, 18 anos, trabalha em loja de roupas vizinha da casa há 2 meses e disse que quase não via Francielle. “Ela era muito fechada na casa dela; o marido, eu vi uma vez”, lembrou. A jovem disse que os vizinhos ficaram muito chocados com o crime. “Pessoal tinha muito carinho por ela, era pessoa tranquila, gentil’, contou.
O marido era soldador e agiota e, quando viajava a trabalho, Francielle não mudava muito o comportamento recluso.
“Ela até interagia, mas não muito, estava sempre isolada, com medo; quando ele voltava, ficava bem mais isolada”, disse Gabriela. “Você olhava ele, você não pensava que era capaz de fazer isso com ela”. Nesse tempo que passou ao lado do casa, disse que nunca ouviu nenhum barulho suspeito.
Um empresário de 37 anos, que tem comércio há 2 anos próximo da casa, e não quis se identificar, também disse que pouco via Francielle. “Eu não sei nem a fisionomia dela, nem sabia que tinha bebê na casa”, contou. O vizinho contou que só via Adailton saindo e entrado, de moto e o adolescente de 17 anos, filho da vítima.
O caso – Francielle morreu na madrugada desta quarta-feira (26), estrangulada com uma corda.
O caso chegou até à 6ª Delegacia de Polícia Civil depois que a equipe do SVO (Serviço de Verificação de Óbitos) viu os ferimentos no corpo de Francielle. Adailton é considerado foragido pela Polícia Civil. Ele foi embora do local do crime por volta da meia-noite de quarta-feira, em uma moto Honda CB 300 de cor preta, não foi mais visto.
– CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS