O pai e os dois irmãos do deputado estadual Neno Razuk (PL-MS) foram presos, nesta terça-feira (25), durante a 4ª fase da Operação Successione, que investiga uma organização criminosa ligada ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. Ao todo, a ação cumpre 47 mandados de prisão e de busca e apreensão em cinco cidades do estado e em municípios de Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul.
Os familiares do parlamentar foram presos em Dourados, segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul. Segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), foram apreendidos mais de R$ 300 mil, armas, munição e máquinas usadas para registrar apostas do jogo do bicho.
Foram presos os três familiares do parlamentar:
- Roberto Razuk, pai do deputado
- Rafael Razuk, irmão
- Jorge Razuk, irmão
O deputado não foi alvo de mandados nesta fase da operação. O advogado da família Razuk, João Arnar Ribeiro, confirmou as prisões dos três e disse acompanhar as diligências contra os suspeitos.
Em fases anteriores da operação, Neno Razuk foi denunciado pelo MPMS como chefe do grupo criminoso.
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Operação mira quadrilha do jogo do bicho
A operação cumpriu 20 mandados de prisão preventiva e 27 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Corumbá, Dourados, Maracaju e Ponta Porã, além de outros alvos no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.
Segundo o MPMS, a quadrilha armada e violenta, ligada à exploração de jogos ilegais, corrupção e outros crimes. Conforme as investigações, o grupo também é suspeito de roubos armados durante a disputa pelo controle do jogo do bicho em Campo Grande após a operação Omertà.
Com o avanço das investigações, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) identificou mais 20 integrantes do grupo, incluindo novos líderes. Eles atuavam para ampliar o domínio da organização no jogo ilegal em vários municípios de Mato Grosso do Sul.
A operação desta terça-feira teve apoio de unidades do Batalhão de Choque, o Batalhão de Operações Especiais (Bope), a Corregedoria e da Força Tática.
Grupo especializado no jogo do bicho
Nos relatórios, o Gaeco apresentou indícios que ligam o deputado estadual Neno Razuk ao jogo do bicho. Para o MPMS, o parlamentar teria ganhado espaço em Campo Grande após a queda da família Name, antiga responsável pelo controle da atividade ilegal na capital.
“A exploração de jogos de azar, em especial o jogo do bicho, naturalmente fomenta a prática de crimes como corrupção, extorsão, lavagem de dinheiro e homicídio, até mesmo para garantir o próprio funcionamento do ilícito, tratando-se de atividade extremamente maléfica à sociedade”, diz trecho do documento do MPMS.
Segundo a investigação do MPMS, o deputado tinha o controle das máquinas usadas no jogo do bicho no interior e em Campo Grande. Após a prisão de Jamil Name e Jamil Name Filho na Operação Omertà, Razuk teria entrado na disputa pelo comando da contravenção em Campo Grande.
Ainda conforme o Gaeco, nessa disputa por espaço a organização criminosa que seria comandada pelo parlamentar teria participado de uma série de roubos à mão armada, cometidos durante o dia e no centro da cidade. A apuração aponta que os crimes tinham o objetivo de cooptar seguranças de uma quadrilha rival que também disputa o controle do jogo do bicho em Campo Grande.
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Fonte: G1 MS


