A megaoperação no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (28), contra a facção criminosa Comando Vermelho, ‘enterrou’ o avanço da facção criminosa em Mato Grosso do Sul, que desde 2024 travaram uma guerra pela rota do Estado. Na operação no Rio de Janeiro houve 64 mortes.
Conforme um delegado, que não quis se identificar, a ação do RJ não causa impacto em Mato Grosso do Sul, que é dominado 99% pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). Ainda conforme o policial, o comando do PCC é centralizado, “se eles (PCC) emitirem um salve, é obedecido em todo país.”, disse.
Diferente do Comando Vermelho que tem comandos regionais e guardam parcerias, diferente do PCC, que tem os sintonias. Ainda conforme o delegado, o CV de Mato Grosso se aliou ao Rio de Janeiro para a rota do tráfico.
O promotor de Justiça de São Paulo e especialista em facções criminosas, Márcio Sérgio disse que essa ação não teria impacto no Estado, “eles estão defendendo o próprio território. Tiveram muitas baixa, perderam material e pontos de venda.”, disse o promotor.
Guerra PCC x CV
Em 2024, Mato Grosso do Sul virou palco do enfrentamento entre as maiores facções criminosas brasileiras, alertam especialistas experientes no uso de inteligência e policiamento ostensivo contra o tráfico de drogas.
Tanto o PCC (Primeiro Comando da Capital) quanto o CV (Comando Vermelho) estavam de olho na ‘rota fácil’ para o narcotráfico que as rodovias de Mato Grosso do Sul representam.
Assim, fatores como a grande faixa de fronteira com o Paraguai e a Bolívia e a proximidade com rotas de escoamento para cocaína, maconha e drogas sintéticas fazem de MS área cobiçada por traficantes e contrabandistas.
Além disso, problemas estruturais no policiamento ostensivo, como corrupção de servidores da segurança pública e o baixo investimento em inteligência, aumentam o risco de MS virar palco de uma guerra que as duas facções nunca levaram até o fim em outros territórios disputados.
Com esta tática de ‘agressão contida’, o PCC, que surgiu em São Paulo, acabou dominando Mato Grosso do Sul. Já o CV, originário do Rio de Janeiro, manteve ‘pontos de interesse’ e dominou Mato Grosso.
Operação no Rio de Janeiro
A deflagração da megaoperação contra a facção criminosa Comando Vermelho, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (28), foi considerada a mais letal da história, com 64 mortes confirmadas. A ação ocorreu na nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Conforme informações, o objetivo da operação é combater a expansão territorial do Comando Vermelho e prender lideranças criminosas que atuam no Rio e em outros estados.
São cumpridos 100 mandados de prisão contra integrantes da facção — entre os alvos, 30 são de outros estados, com destaque para membros da facção no Pará, que estariam escondidos nessas regiões.
Foram 64 mortes, sendo 60 de suspeitos, quatro de policiais (dois civis e dois do Bope) e 81 presos, segundo a CNN.
Segundo o Governo do Rio, a operação desta terça-feira é a maior em 15 anos.
As operações mais letais na história do RJ
- Operação no Alemão e na Penha – 64 mortos – 28/10/2025
- Operação no Jacarezinho – 28 mortos – 05/2021
- Operação na Penha – 23 mortos – 05/2022
- Operação no Alemão – 19 mortos – 06/2007
- Operação no Alemão – 17 mortos – 07/2022
Fonte: Jornal Midiamax


