Foi publicada na edição Diário Oficial de Corumbá de quinta-feira (23), a exoneração do secretário municipal de Governo e Gestão Estratégica, Nilson dos Santos Pedroso, preso durante cumprimento da operação Fake Cloud, deflagrada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), na manhã do mesmo dia do desligamento do cargo.
Nilson estava na função desde janeiro de 2025 e foi um dos três investigados detidos preventivamente pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado – (GAECO), durante a operação que apura fraudes em contratações públicas relacionadas a serviços de armazenamento em nuvem. Veja a publicação da exoneração:

O desligamento do cargo foi assinado pelo atual prefeito de Corumbá, Gabriel Alves de Oliveira, e conforme informações apuradas pelo Correio do Estado, a secretária-adjunta Josileia Rigo Marques, é quem deve assumir o cargo.
Diante dos fatos, por meio de nota, a Prefeitura Municipal de Corumbá informou que, embora os fatos não tenham ocorrido no município, a administração acompanha as investigações, com base na lei e no princípio da presunção de inocência.
Leia a nota na íntegra:
“A Prefeitura de Corumbá informa que tomou conhecimento da prisão do Secretário Municipal de Governo e Gestão Estratégica Nilson dos Santos Pedroso, pelo GAECO/MP-MS, referente a fatos supostamente ocorridos no município de Itaporã. Embora eventuais fatos não tenham ocorrido no município de Corumbá.
A administração acompanha o desenrolar dos acontecimentos,observando a lei e a presunção de inocência.
Outras informações serão prestadas caso haja necessidade, quando houver desdobramentos oficiais do processo. A atual gestão reafirma seu compromisso com a legalidade, transparência e com a moralidade administrativa, não pactuando com qualquer desvio de conduta, abuso ou irregularidade no âmbito do serviço público municipal”.
Operação
Os mandados judiciais foram concedidos depois que a promotoria de Itaporã descobriu uma suposta organização criminosa que praticava fraudes em contratações públicas e estava envolvida em corrupção ativa e passiva.
A investigação constatou a existência de um grupo criminoso estruturado que atua fraudando, sistematicamente, processos de contratações públicas por dispensa de licitação, voltados ao fornecimento de licença de sistemas de backup de dados em armazenamento em nuvem para o Poder Executivo Municipal de Itaporã, desde 2022.
Naquele ano, o prefeito de Itaporã era Marcos Pacco (PSDB). Porém, o candidato dos tucanos perdeu a eleição do ano passado e desde o começo de 2025 o município é comandado pelo prefeito Tiago Carbonaro, do PP. O MPE não informou se o suposto esquema de fraudes passou de uma administração para outra.
De acordo com a investigação, após negociações ilícitas dos empresários com agentes públicos, diversos processos foram simulados e direcionados para beneficiar determinada empresa, mediante propostas fictícias e exigências técnicas previamente elaboradas para restringir a concorrência.
O papel dos agentes públicos, em conluio com os empresários, consistia em fornecer informações privilegiadas e organizar a fraude procedimental, com vistas ao sucesso do grupo criminoso, em contrapartida a constantes recebimentos de vantagens indevidas.
“Fake Cloud”, termo que dá nome à operação, traduz-se da língua inglesa como “nuvem falsa”, e faz alusão aos objetos dos contratos, o backup de dados em armazenamento em nuvem, o que não era fornecido ao ente público.
Matéria: Correio do Estado


