O país iniciou 2025 com uma estatística nefasta na aviação. Até fevereiro, o número de acidentes envolvendo aeronaves já supera 20, e provocou reflexão sobre certa fragilidade na malha aérea brasileira.
Contudo, Mato Grosso do Sul experimenta um movimento contrário: o Estado apresentou redução nos números na série histórica dos últimos cinco anos, conforme os dados do Sipaer (Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
Os dados revelam que, nos últimos cinco anos, Mato Grosso do Sul registrou 39 acidentes envolvendo aeronaves. O pico foi em 2023, quando foram registrados 10 acidentes, contra 7 no ano de 2024 – uma queda de 30%.
Os dados apontam, ainda, que as aeronaves que mais se envolveram em acidentes foram as do tipo privada e agrícola. Isso não ocorre apenas em Mato Grosso do Sul, mas também no cenário nacional.
Crescimento da frota
Especialistas ouvidos em reportagem do UOL relacionam o número de acidentes com as aeronaves ao crescimento da frota de aeronaves chamadas executivas. Vale ressaltar que esses tipos de aeronaves não fazem parte dos voos comerciais regulares, que são as linhas aéreas.
A reportagem do UOL ainda indica que o crescimento da frota aérea em aviação geral (que desconsidera as linhas aéreas e aeronaves militares) no pós-pandemia faz com que, estatisticamente, as ocorrências sejam maires entres aeronaves da aviação executiva (que incluem aviação agrícola e privada). Desta forma, apenas 5% da frota aérea brasileira se refere às aeronaves de companhias aéreas tradicionais.
Junto a isto, está a estrutura de monitoramento dos voos privados, que enfrentam falta de estrutura, comparando-se a grandes aeroportos de voos tradicionais, que comportam torres de controle, por exemplo. Nos aeroportos de pequeno porte, na maioria das vezes, há apenas pista de pouso e hangares, ficando o controle do voo nas mãos do piloto, em termos gerais.
Por fim, outro fator que pode se relacionar ao aumento de casos nacionais é a rigidez na fiscalização nesse segmento, menor que a praticada entre voos comerciais comuns.
Além disso, vale destacar que o Sipaer já contabiliza o acidente aéreo no último dia 30 de janeiro ocorrido em Iguatemi, que vitimou o piloto Lucas Gomes Basílio Becker, de 35 anos, que dá início a contagem de 2025.
Dados regionais se alinham aos nacionais
As estatísticas de Mato Grosso do Sul se alinham em alguns pontos às nacionais. Assim, como no restante do país, acidentes aéreos ocorreram mais entre aeronaves particulares (16 ocorrências) e agrícolas (15 ocorrências) no Estado.
Conforme os dados do Sipaer, as cidades de Mato Grosso do Sul que mais registraram acidentes com aeronaves foram Campo Grande, Corumbá, Chapadão do Sul, Ponta Porã, Ribas do Rio Pardo e Dourados.
Já as aeronaves que mais aparecem nos registros são dos modelos Cessna Aircraft – um jato – e Neiva. O modelo mais comum, com 11 acidentes registrados nos últimos 5 anos, é o Embraer Ipanema, uma aeronave largamente utilizada para pulverização em plantações, de fabricação nacional, e que foi a aeronave mais pilotada no Brasil em 2023.
Fonte: Jornal Midiamax