O Ministério Público Federal (MPF) investiga um confronto entre indígenas guarani kaiowá e produtores rurais em Douradina, no Mato Grosso do Sul, que resultou em pelo menos cinco Kaiowá feridos. O caso aconteceu este sábado (3), e as vítimas foram encaminhadas ao Hospital da Vida. Ninguém corre risco de morte.
Segundo o hospital, as lesões apresentadas são compatíveis com ferimentos causados por disparos de arma de fogo e balas de borracha.
Conforme as informações preliminares da Força Nacional, a tensão começou na sexta-feira (2), quando um mecânico ficou preso em um bloqueio indígena na região. Os agentes foram acionados para intervir, mas, segundo eles, não houve disparos de arma de fogo durante essa situação.
Segundo a Polícia Militar, o mecânico estava apenas perdido e a situação foi resolvida pacificamente.
No entanto, no dia seguinte, a tensão na região aumentou, e a Força Nacional foi novamente acionada, quando produtores rurais se reuniram para retirar os indígenas de uma área chamada de Pikyxyin e Kurupa’yty ou “Sítio Boa Esperança e Sítio Cedro”, que fica aos fundos da retomada principal dos indígenas.
Segundo o relato dos produtores rurais à polícia, um grupo entre 20 e 30 indígenas teria ateado fogo em um monte de palha, e as chamas se espalharam pela vegetação de uma propriedade rural. Ao ver o fogo, os produtores rurais se reuniram para retirar os indígenas.
Não há informações sobre o momento em que o confronto começou — se foi antes ou depois da tentativa de retirada dos indígenas.
Conforme a direção do hospital, todos os pacientes receberam atendimento e nenhum deles estava em estado grave. Eles foram liberados e ouvidos na sede do MPF em Dourados, na manhã deste domingo (4). À tarde, devem passar por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
Após o confronto, os produtores rurais levaram arcos, flechas e pedaços de pau até a delegacia e apresentaram duas caminhonetes com marcas que seriam de pedradas causadas pelos indígenas. Os veículos ainda devem passar por perícia.
Um boletim de ocorrência foi registrado como caso de lesão corporal e entregue à Polícia Civil, mas as investigações devem ficar com a Polícia Federal.
Fonte: G1 MS