InícioMSPoliciais de MS criticam desfile da Vai-Vai por "demonizar" agentes

Policiais de MS criticam desfile da Vai-Vai por “demonizar” agentes

O Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol-MS) emitiu nota de repúdio contra a escola de samba paulista Vai-Vai, que trouxe, em uma das alas, pessoas fantasiadas de policiais, usando chifres e outros elementos que, segundo as forças de segurança, “demonizaram” os policiais.

Na nota de repúdio, o Sinpol afirma que os policiais merecem reconhecimento, respeito e valorização e o desfile da escola, que ocorreu no último dia 10 em São Paulo, faz alusão contrária.

“A menção da “Vai Vai” é leviana e mentirosa, uma vez que – diariamente – os policiais trabalham em condições adversas, nem sempre valorizados profissionalmente, mas estão sempre prontos para combater a criminalidade e trabalhar para manter a sociedade protegida e em pleno exercício da cidadania”, diz o Sinpol.

“O Sinpol MS reforça que o desfile da referida escola de samba foi inaceitável, mostrando uma visão preconceituosa e distorcida a respeito do trabalho da instituição”, acrescenta a nota.

Escola se defende

O desfile da Vai-Vai desagradou não apenas os policiais de Mato Grosso do Sul, mas forças de segurança de vários estados do País, que exigiram um pedido de desculpas. Políticos também pediram corte de verbas públicas da escola de samba.

No Carnaval deste ano, a Vai-Vai levou para o Anhembi o enredo “Capítulo 4, Versículo 3 – Da rua e do povo, o Hip Hop: um manifesto paulistano”, que homenageou os 40 anos do movimento hip-hop.

A ala polêmica se chamava “Sobrevivendo no Inferno”, em alusão ao disco de mesmo nome dos Racionais MC’s. Lançado em 1997, o disco retratava a onda de brutalidade policial pela qual passava São Paulo na década de 1990.

Em nota, a Vai-Vai afirma que o desfile retratou uma “série de recortes históricos” e, em uma das alas, o disco, considerado o álbum mais importante do rap brasileiro e que expôs, em várias faixas, o racismo, miséria e desigualdade sociais.

Uma das músicas, chamada Diário de um detento, foi inspirada na chamada chacina do Carandiru, quando uma intervenção da Polícia Militar no presídio deixou 111 mortos e centenas de feridos.

“Ou seja, a ala retratada no desfile de sábado, da escola de samba Vai-Vai, à luz da liberdade e ludicidade que o carnaval permite, fez uma justa homenagem ao álbum e ao próprio Racionais Mcs, sem a intenção de promover qualquer tipo de ataque individualizado ou provocação, mas sim uma ala, como as outras 19 apresentadas pela escola, que homenageiam um movimento”, disse a Vai-Vai em nora.

“Vale ressaltar que, neste recorte histórico da década de 90, a segurança pública no estado de São Paulo era uma questão importante e latente, com índices altíssimos de mortalidade da população preta e periférica. Além disso, é de conhecimento público que os precursores do movimento hip hop no Brasil eram marginalizados e tratados como vagabundos, sofrendo repressão e, sendo presos, muitas vezes, apenas por dançarem e adotarem um estilo de vestimenta considerado inadequado pra época. O que a escola fez, na avenida, foi inserir o álbum e os acontecimentos históricos no contexto que eles ocorreram, no enredo do desfile”, concluiu a escola.

Neste ano, a Vai-Vai foi a oitava colocada no Carnaval de São Paulo, com pontuação de 269,4.

 

Fonte: Correio do Estado

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