Após o Ministério da Saúde e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) confirmarem a possibilidade de um desabastecimento de medicamentos severo no mercado, o presidente do CRF-MS (Conselho Regional de Farmácias), Flávio Shinzato, fez um alerta para a falta de remédios no Estado, cobrando intervenções do poder público para a resolução do problema.
“O conselho está atento a esses detalhes e já alertou os órgãos públicos há tempos de que tem de haver políticas de emergência de enfrentamento dessa situação, que depende exclusivamente dos nossos governantes”, disse.
Segundo ele, a crise que começou ainda na pandemia, está se agravando cada vez mais devido à alta demanda nos casos de síndromes respiratórias, ao inverno, a falta de matéria-prima, à guerra na Ucrânia e ao retorno das cirurgias eletivas que estavam anteriormente suspensas no SUS (Sistema Único de Saúde).
“Isso é uma defasagem logística, onde o País não atua na produção de seus medicamentos, tudo isso é prolongado e vai aumentando os preços e dificultando inclusive, o sistema público de adquirir esses produtos. Os particulares também estão passando por isso, mas o público sofre bem mais”, comenta Shinzato.
Para Flávia França, proprietária da Ultrafarma, e possui outra empresa do mesmo seguimento em Campo Grande e está no mercado há 20 anos, esse é o maior momento de dificuldade da história. “A gente ta vivendo uma ruptura muito grande, onde estamos sentindo falta de medicamentos básicos como, por exemplo, uma dipirona ou novalgina infantil.
“Estamos com dificuldade para achar amoxicilina com clavulonato, cefalexina, azitromicina, eles estão em uma falta imensa. Pastilha para garganta também e xaropes desloratadina. São muitos itens em falta, e como nesta época há uma procura maior por conta das infecções e por conta do inverno, a gente ta sofrendo bastante no setor farmacêutico”, lamenta.
Pesquisa divulgada recentemente pela CN-Saúde (Confederação Nacional da Saúde) feita 106 estabelecimentos como hospitais, clínicas e empresas que fornecem serviço de home care, revela que o problema já atinge, inclusive, unidades de saúde.
Conforme o levantamento, há falta de soro, dipirona injetável, remédios para tratamento e arritmias cardíacas, contrastes usados em exames radiológicos, medicamentos para asma, bronquites e enfisema e ainda antibióticos.
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