A estiagem e a chuva desregular têm prejudicado os produtores de grãos em Mato Grosso do Sul. Apenas 6% das lavouras se encontram em condições boas, no estado
35% das lavouras de milho estão em condições ruins, em Mato Grosso do Sul, é o que diz o levantamento feito pelo Sistema de Inteligência e Gestão do Agronegócio (Siga-MS). A estiagem e o má distribuição de chuvas têm sido fatores cruciais para o desempenho ameno. Os dados são assinados pelos técnicos da Federação de Agricultura e Pecuária (Famasul) e da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), ambas do estado.
Mesmo com as condições prejudicadas, a estimativa de colheita para safra de 2020/2021 é de aproximadamente 9 milhões de toneladas de milho, ao final do período.
O boletim mostra que a projeção de área plantada para o milho desta safra de Mato Grosso do Sul é de 2,003 milhões de hectares, com aumento de 5,7% quando comparada com a área de 2019/2020, que foi 1,895 milhão de hectares.
Além dos 35% da safra estar em condição ruim, o boletim apresenta um cenário completo diante da produção do milho. Cerca 59% das lavouras de Mato Grosso do Sul estão em estado regular e apenas 6% se apresentam bom desempenho.
O analista técnico da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), José Pádua disse que o cenário de estiagem é uma preocupação. “Agora, esta semana houve uma chuva boa, mas ainda há uma grande discrepância dos períodos. Tivemos períodos que choveram demais e outros nem tanto”.
Diante deste panorama, as colheitas desta safra de milho estão sendo dispares. Algumas fazendas já iniciaram a colheita, outras apresentam plantas ainda no estágio inicial de germinação e algumas, como Pádua destaca, podem iniciar a retirada dos grãos somente no final de julho deste ano.
“Outro diferença que vemos é o período das colheitas e plantio, entre as idades das plantas. De forma geral, olhando o estado como um todo, nós vemos pelo menos 1/3 do estado em condições ruins, onde se vai colher muito pouco. […] Esse ano as colheitas serão bem distantes. As colheitas serão uma acabando e outras começando. Provavelmente que colheitas serão até final de julho, por exemplo”, explicou Pádua.
Impactos
O analista da Famasul deixa claro que a maior parte do milho produzido em Mato Grosso do Sul é consumido internamente. Com o desempenho na safra deste ano, os impactos já podem ser vistos no preço do milho.
No boletim, a saca de milho está sendo custeada a um preço médio de R$ 85,81, no estado, com 40,08% da safra já comercializada. Com o preço alto, o fluxo acelerado nos preços são vistos naquelas outras commodities ligadas diretamente ao milho.
“Eles são usados para atender as indústrias de ração, que atende o setor de proteínas, especificamente suínos, aves, pecuária de corte e de leite. O impacto que já vem acontecendo é o custo do milho, que você tem a demanda do setor de proteínas, mas está com uma oferta menor de milho. O milho já dobrou de preço, já estamos passando por este momento”, explicou Pádua.
Com o milho mais caro, a ração que alimenta o setor de aves, suínos, pecuária de corte e leiteira também sentem o impacto, assim, repassando o preço ao consumidor, como o analista mencionou
Fonte: G1MS