A advogada Aline Gabriela Brandão foi capturada na manhã de segunda-feira (17), exatos dez dias após a Operação Blindagem, na qual era alvo. A ação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) ocorreu na última sexta-feira (7).
Conforme as investigações do Gaeco, Aline atuava em conjunto com o marido, Thiago Gabriel Martins da Silva, o ‘Especialista do PCC’ e importante aliado do líder da organização, Kleyton de Souza Silva. Assim, os dois tinham papel na inteligência do grupo criminoso e cooptavam agentes públicos.
Após ser capturada, a advogada Brandão passou por audiência de custódia na manhã desta terça-feira (18), em Campo Grande.
A reportagem acionou a defesa da investigada, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto para posicionamento.
OAB apura o caso
A OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Mato Grosso do Sul) informou na última semana que atua no caso.
“A Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados se fez presente no caso, informando ainda que adotará as medidas legais cabíveis, inclusive de natureza disciplinar, respeitando sempre o direito à ampla defesa e contraditório”.
Ligação com o PCC
Segundo as investigações, há indícios de vínculo da advogada com o PCC (Primeiro Comando da Capital). No entanto, ainda não há informação precisa se ela é integrante da facção.
Apesar disso, o Gaeco concluiu que Aline Gabriela atua no setor de inteligência do grupo com o marido, para cooptar servidores públicos. Esses servidores agiriam tanto na transferência de presos, conforme as demandas do grupo criminoso, quanto na pesquisa de dados sigilosos sobre determinadas pessoas.
Tais ‘serviços’ seriam realizados pelos servidores mediante pagamentos indevidos. Os agentes identificaram pagamentos de valores a um policial penal para realizar a transferência de um preso.
Prisão
A advogada Aline Gabriela foi presa em março deste ano, com o marido e o suplente do Podemos, Ronaldo Cardoso. Eles foram alvos da operação policial que apurava o tráfico de drogas. Entre os envolvidos também estariam familiares de Thiago.
Em março deste ano, o casal foi alvo da Operação Chiusura, da Polícia Civil do Distrito Federal. Na época, os dois foram presos, sendo a advogada encaminhada a um presídio no Rio Grande do Norte.
Thiago atualmente está em ‘local incerto e não sabido’. No entanto, também conforme o Gaeco, há suspeita de que esteja escondido na região de Corumbá.
Operação Blindagem
A operação teve como objetivo desmantelar uma organização criminosa dedicada ao tráfico interestadual de entorpecentes, bem como à corrupção ativa e passiva, usura, ao comércio ilegal de armas de fogo e à lavagem de capitais.
Kleyton comandaria a estrutura de dentro do sistema prisional. Ainda, contava com uma rede de colaboradores em Campo Grande, Aquidauana, Anastácio, Corumbá, Jardim, Sidrolândia, Ponta Porã e Bonito, além de São Paulo e Santa Catarina.
Com isso, as investigações revelaram que a organização atuava em diversas frentes, enviando drogas para cidades do interior do Mato Grosso do Sul, além dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Acre, Maranhão e Goiás, utilizando diferentes métodos.
Confira a lista completa de presos:
- Alexssandro Pereira Silva
- Alírio Francisco do Carmo
- Brenda Yasmin Martins de Freitas
- Daniel Ferreira Dornelles
- Francisco Assidir Nogueira Sutil
- João Rodival Balbuena
- Johan Fabiano Rodrigues Lescano
- Karoliny de Oliveira Faria
- Kleyton de Souza Silva
- Lana da Silva Gonçalves
- Luana da Silva Gonçalves
- Lucas Wesley de Souza Santo
- Michel Lescano dos Santos
- Monique Siqueira Lopes Meireles
- Osvaldo Vianna dos Santos Júnior
- Paola da Silva Januário
- Selma Nunes Roas
- Shirlei Martins
- Tiago Paixão Almeida
- Luan Guilherme Lindner Bettoni
- Luiz Otávio da Silva Silveira
- Maro Aurélio Ribeiro
- Dayane Silva de Aguiar
- Diego da Silva Frameschi
- Ivanir Fernanda dos Santos Nunes Rodrigues
- Glaucimar Queiroz Machado
- Mauro Ricardo Fabreau
- Fabrício Aparecido da Silva Guilherme
Fonte: Jornal Midiamax
