Represente comercial, de 50 anos, acionou a polícia após suspeitar do envolvimento de seu ex-marido, um subtenente da PM (Polícia Militar), em um furto em Ponta Porã, a 315 quilômetros de Campo Grande, na última terça-feira (21). Isso porque ela já foi vítima de agressões, perseguição e ameaça por parte do militar. A vítima já tinha registrado boletim de ocorrência contra o militar antes, por violência doméstica.
O casal se relacionou por oito anos e, poucos meses depois do casamento em 2015, iniciaram os episódios de violência. A mulher disse que, além das agressões, era impedida de sair de casa pelo subtenente, que lhe controlava a todo momento.
“Me casei em 2015 com um príncipe, a princípio. Logo depois de 4 meses de casamento começou o meu inferno na terra, ele me afastou das pessoas, aí sofri todos os abusos. Na frente das pessoas ele era um doce, mas dentro de casa estava o inferno na terra”, relata a representante comercial.
Em março de 2023, o casal se separou, mas a perseguição e as ameaças teriam continuado. Dias depois da separação, a mulher contou que seu filho foi preso e ela recebeu uma mensagem do subtenente. Na ocasião, o militar foi até a residência da ex-companheira, mesmo com a mulher tentando impedir sua entrada.
Na residência, ele proferiu ameaças contra a vítima, como “você precisa orar muito. Eu tenho tudo sobre sua vida, você deveria ter ficado ‘boazinha’, eu vou deixar você na lama, no lixo, rastejando”.
Diante das ameaças, a representante comercial foi até a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), onde registrou boletim de ocorrência e solicitou medidas protetivas contra o ex-marido.
No mesmo ano, o subtenente foi denunciado por outra ex-companheira, também policial militar, pelo atual marido dela. Na época, o militar passou a rondar o restaurante da mulher e proferir ameaças. Ela também registrou boletim de ocorrência e pediu por medidas protetivas de urgência.
Furto de notebook
Entretanto, na última terça-feira (21) a vítima vivenciou mais um pesadelo. A representante comercial estava trabalhando em Ponta Porã, quando teve o notebook furtado de dentro de seu próprio carro.
À polícia, ela contou que câmeras de segurança registraram três suspeitos em um carro aparentemente lhe seguindo. Após estacioná-lo e adentrar no comércio, um dos suspeitos foi até o veículo da mulher e abriu a porta do passageiro.
Em seguida, conforme o boletim de ocorrência, o suspeito teria retirado uma mochila de dentro do carro da representante comercial e entregou para um comparsa. Logo, eles abriram a mochila e furtaram o notebook.
Sabendo do histórico agressivo e ameaçador de seu ex-marido, a mulher suspeita que o crime tenha sido ordenado por ele. À polícia, a representante comercial relatou que havia uma quantia em dinheiro e outros pertences no carro, mas somente o notebook foi subtraído.
“Na Dam de Ponta Porã me informaram que não é um roubo comum, tem alguém por trás da ação. O único que teria interesse no que tinha nas senhas e notebook era o subtenente da PM. Um detalhe: na mochila que foi devolvida tinha dinheiro e não levaram, pois o que tinha na mochila que era o importante para ele por saber o meu jeito de trabalhar. Ele sabia que as senhas estaria no caderno”, contou.
Diante dos episódios de violência e do furto recente, a representante comercial diz que teme pela sua vida. “Preciso de ajuda em Ponta Porã, pois tem que pedir mais imagens que cheguem até o mandante. Ele não tem medo de ninguém, [mas] eu temo pela minha vida. Peço socorro, pois sei que vou virar estatística. Não posso morrer, tenho família e netos que me amam”, desabafou a representante comercial.
Diante dos relatos, o Jornal Midiamax acionou a PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) para saber se algum procedimento foi adotado em relação ao subtenente e aguarda um posicionamento. O espaço segue aberto para manifestações futuras.
Fonte: Jornal Midiamax


