No 1º turno das eleições deste ano, período iniciado em 16 de agosto e encerrado no último domingo (06), Mato Grosso do Sul teve 10 ocorrências de violência política. Já no Brasil, foram registradas 518 ocorrências. É o que aponta a atualização da 3ª edição da pesquisa “Violência Política e Eleitoral no Brasil”, desenvolvida pelas organizações sociais Terra de Direitos e Justiça Global e lançada nesta quinta-feira (10).
Um dos casos foi na semana que antecedeu o pleito do primeiro turno, no dia 29 de setembro, em Jardim, a 206 km da Capital, quando uma dupla em uma moto passou atirando seis vezes na janela do quarto da prefeita e candidata à reeleição de Jardim, Clediane Matzenbacher (PP).
As câmeras de segurança da casa registraram o momento da tentativa de homicídio contra o casal, que dormia a cerca de 50 centímetros do local alvejado. Para voltar às ruas na última semana antes da eleição municipal, a prefeita terá que usar um colete a prova de balas disponibilizado pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.
Outro caso de violência política registrado nesse período foi contra a sobrinha do ex-prefeito Daltro Fiúza (MDB), Kerly Antunes de Oliveira Toldo, foi atingida por bala perdida, segundo investigação da Polícia Civil.
A vítima comemorava com a família a vitória da prima, a vice-prefeita eleita Cristina Fiúza (MDB) e filha de Daltro, quando levou um tiro na perna. O caso ocorreu na tarde deste domingo (6), em Sidrolândia, município que fica a 70 km de Campo Grande.
Violência em dados
A pesquisa revela que 2024 é o ano mais violento desde o início da série histórica, quando se considera a soma dos dados do primeiro turno e do período pré-eleitoral.
No 1º turno, foram registrados: 10 assassinatos, 100 atentados, 138 ameaças, 54 agressões, 51 ofensas, 13 criminalizações e 7 invasões. O número de ocorrências no período é mais do que o dobro do número total de casos de violência política do período pré-eleitoral deste ano, de janeiro a 15 de agosto, quando totalizou 145 casos.
Esses números representam mais do que o dobro dos casos de violência política registrados no período pré-eleitoral deste ano (de janeiro a 15 de agosto), quando o total chegou a 145 ocorrências.
A atualização reflete o forte aumento da violência política no Brasil. Enquanto em 2022, a média era de cerca de dois casos de violência por dia, nos 52 dias do primeiro turno deste ano, pelo menos sete pessoas foram vítimas de violência política a cada dia.
O período de maior intensidade de ocorrências foi entre 1º e 6 de outubro, véspera das eleições, quando 99 casos foram registrados, o que equivale a 16 ocorrências diárias, ou uma a cada 1h30.
“Ao longo da série histórica, observamos um aumento significativo da violência nas eleições municipais, evidenciado pelo acirramento das disputas locais. Além disso, têm surgido informações sobre a atuação de organizações criminosas no processo eleitoral, o que representa uma ameaça alarmante à democracia”, afirmou Glaucia Marinho, diretora-executiva da Justiça Global.
FONTE: CAMPO GRANDE NEWS