A adolescente procurou a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) em setembro de 2023, onde registrou o boletim de ocorrência contra o gerente financeiro. Desde a época dos fatos, ela está afastada do trabalho e sem receber o salário. Por ser menor aprendiz e não segurada pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), a jovem não pode receber benefícios, então o auxílio seria de responsabilidade da empresa em que trabalha.
A ação de danos morais foi solicitada pelo advogado Luiz Cézar Borges Leal. Ele afirma que o juiz concedeu uma liminar para que a instituição pague o salário da adolescente durante o período em que a mesma está afastada, mas os pagamentos não foram realizados.
Contudo, o hospital recorreu ao Tribunal de Justiça para não pagar o salário da jovem e o recurso está para ir a julgamento. Como não há decisão determinando a suspensão do pagamento do salário até que seja julgado, a defesa pede a indenização de R$ 210 mil ao hospital.
Importunação sexual
A vítima trabalhava há alguns meses na instituição e, em certo dia, o gerente teria a chamado em sua sala para lhe dar um presente de aniversário. A jovem teria ido receber o presente e recebido um abraço do homem pela data comemorativa. Porém, após esse abraço, ele teria segurado no rosto da jovem com as duas mãos e dado um beijo em sua boca.
A vítima teria se afastado e agradecido o presente, saindo da sala e indo contar para uma colega de trabalho o que havia ocorrido. Ainda conforme o boletim de ocorrência, a vítima teria entrado na sala do chefe gravando um vídeo pelo aparelho celular a pedido da colega, imaginando que pudesse acontecer alguma coisa.
Diante dos fatos, o pai da menina foi orientado a comparecer na DEPCA (Delegacia Especializada de Atendimento à Criança e ao Adolescente).
Conforme a ação judicial, a vítima teria começado a sofrer importunação sexual no mês de julho de 2023. Inicialmente, o chefe fazia elogios e depois partiu para comentários sexuais sobre o corpo da adolescente.
‘Oi minha coleguinha’, ‘Que cinturinha linda heim!, imagina você de biquíni’, frases que estavam entre os comentários disparados contra a vítima, que acreditava se tratar de brincadeira. O suspeito sempre abraçava a jovem e apertava sua cintura, quando em determinado momento, os abraços evoluíram para episódios de importunação sexual.
Desde a época dos fatos, a vítima enfrenta um quadro de depressão, síndrome de pânico e fobia das pessoas em ambientes coletivos de trabalho. Foi pedida uma tutela de urgência para determinar a expedição de mandado de manutenção das verbas salariais da vítima, pois a adolescente está sem o salário.
A reportagem entrou em contato com o hospital para saber sobre os fatos por email e telefone, mas até a publicação da matéria não obtivemos resposta. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
Fonte: Jornal Midiamax