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Golpe atrás de golpe: polícia explica como funcionava estelionato em oficina de Campo Grande

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Polícia aponta sucessão de golpes no caso onde uma cliente teve a manutenção do serviço do carro orçada em R$ 6,8 mil em uma oficina na última segunda-feira (04), em Campo Grande. No estabelecimento, a cliente foi constrangida e quase “obrigada” a fazer o pagamento.

A delegada Joilce Ramos, que também foi vítima em caso parecido, deu uma entrevista coletiva durante a noite desta quarta, na Depac Cepol. Após análise de um engenheiro mecânico, a polícia explicou como foram aplicados o golpe contra a cliente, na última segunda.

“Constatado que muitas peças que ele cobrou não foram trocadas. Outras peças eles limparam para dar a impressão que eram novas”, disse a delegada. Ainda de acordo com a polícia, o valor da válvula de pneu cobrada no estabelecimento é de R$ 50 cada. No caso da cliente, foram trocados dois pneus e quatro válvulas, ou seja cobrou duas a mais.

O valor da bucha da bandeja lá no local é R$ 380 cada. Foram cobradas duas e trocou somente uma. Kit amortecedor traseiro, valor de R$ 226, são 3 pecas, trocou duas, ficou faltando uma e foi cobrado o kit inteiro. Terminal de direção lado direito, trocou somente de um lado. O lado esquerdo está com jogo e necessita trocar.

Reparo de caster, R$ 960, que só realiza em caso de carro batido. O dela não estava e foi cobrado. Reparo da geometria traseira, R$ 790, não foi feito. Cobrou reparo da roda aro 14, ao preço de R$ 1.312,00, porém as rodas não foram reparadas e continuam empenadas.

“Isso foi uma afirmação de engenheiro mecânico. Investigação identificou que se quer o número das peças estão batendo. Então na nota que ele entregou para a cliente no valor de R$ 6.800, as peças têm numeração. E em uma simples pesquisa no Google, nos conseguimos verificar que essas pecas se quer pertence ao veículo dela”, disse a delegada.

“São cobrados valores muito acima do valor de mercado, que é exatamente para depois eles terem uma margem para negociar e dar um desconto bem grande para o cliente ficar satisfeito”. “Três itens que eles cobraram, o terminal de direção do lado direito, custa R$ 96, na praça o preço normal e neste caso foi cobrado R$ 360. “Kit amortecedor traseiro custa R$ 98 e cobraram R$ 760. Bucha R$ 60 cada e cobraram R$ 380 reais cada”, afirmou a delegada.

De acordo com a polícia, as investigações continuam e serão ouvidas todas as vítimas que fizeram boletins de ocorrência nas delegacias. Vítimas que registraram tanto nas Depac’s quanto nas delegacias de área, terão os casos juntados para concluir a investigação.

Ainda segundo a polícia, ainda não há número de vítimas. Mas, nas Depac’s, foram registrados seis boletins de ocorrências até o momento. Todas as ocorrências irão para o 1ºDP que irá investigar a partir de agora, já que a empresa pertence a esta área. O empresário responderá por estelionato, apropriação indébita, formação de quadrilha e injúria contra servidor público e difamação por chamar a delegada de mentirosa.

“Eu disse na imprensa que ele é um estelionatário e provei. E agora ele vai ter que provar que sou mentirosa. Eu fui vítima de uma empresa que eu não tenho certeza se pertence ou não ao grupo. Então foi dessa forma que eu não dei entrevista dizendo que eu fui vítima da empresa dele, eu constei no meu auto de prisão em flagrante que no ano passado eu havia sido vítima do mesmo golpe, do mesmo modus operandis e também uma empresa de pneus. É isso que está nos autos”, explica.
Qual a orientação para consumidor não cair em situações como essa?

“O que o consumidor tem que observar, e os vendedores também, é que você oferece serviço e, a partir do momento que a pessoa diz ‘não, eu não tenho dinheiro, eu não tenho condições’, não tem porque ficar forçando e obrigando a realizar um serviço que ela não quer. Ele tem todo direito de fazer um orçamento, mostrar que realmente precisa fazer alguma coisa a mais, mas quando a vítima diz ‘não eu não tenho’ e a maioria das vítimas não tinham mesmo, tiveram que estourar os cartões, pedir cartão emprestado, fazer compromissos que elas não conseguiram honrar e agora elas estão até com nome negativado por este motivo. Então, por aí já fica bem claro que a pessoa não queria fazer o serviço. Como que uma pessoa que ganha R$ 1.800 vai fazer um serviço de R$ 6.800? Realmente aperta muito para o orçamento da pessoa”.

Fiança

Preso na última segunda-feira (04), teve a liberdade concedida nesta quarta-feira (6) depois de pagar fiança de R$ 5 mil. Em depoimento na delegacia, ele negou persuadir ou constranger clientes, principalmente mulheres e idosos, para a realização de serviços adicionais na troca de pneus em seu estabelecimento. Segundo ele, são 9 lojas, na cidade, sendo que uma delas é de sua propriedade e as outras têm procuração para administrar.

Fonte: Midiamax

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