Após se entregar nessa terça-feira (25), na delegacia de Anastácio, a 134 quilômetros de Campo Grande, o ex-marido de Adriana Pereira, de 36 anos, morta com cinco tiros no fim de semana por ele, disse na delegacia que ficou nervoso ao ser provocado por ela.
Ele entregou a arma do crime e ao depor para a delegada Karolina Souza Pereira, contou que tinha ido ao bar para levar metade de um dinheiro que os dois tinham combinado para comprar uma bicicleta para a filha de 9 anos.
Quando ele chegou ao bar e encontrou com Adriana disse a ela que iria sair da cidade, já que não aguentava mais ser ‘zoado’ e chamado de corno, e neste momento Adriana teria respondido, “você cansou de ser corno e agora vai embora?”.
Neste momento ele disse que ficou nervoso e deu um tiro em Adriana que estava de frente para ele. Em seguida, ele disse que virou o rosto e deu mais quatro tiros na vítima, fugindo em seguida. Ainda segundo o autor, ele não viu a filha no bar já que horas antes, a criança estava em sua casa brincando.
Após o crime, ele disse que foi até a casa de sua namorada, onde pegou uma mochila com roupas e contou à ela que havia feito uma ‘cagada’ se escondendo na região do morrinho em Aquidauana. A arma, o autor contou ter comprado por R$3.500 quando trabalhava em uma fazenda e que nunca teve intenção de matar ninguém e nunca fez ameaças a Adriana.
Sete boletins por violência doméstica
Conforme apurado, o assassino de Adriana já tinha sete registros de violência doméstica, ameaça, dano, contra suas ex-mulheres.
Os boletins de ocorrência começaram a ser registrados desde o ano de 2008 e depois em 2009, sendo um no mês de março e outro no mês de abril, e mais registros em 2010 e 2022, sendo o último feito por Adriana.
Duas ex-mulheres do autor registraram boletins de ocorrência contra ele. Uma das mulheres de 39 anos registrou um BO no dia 31 de julho de 2010, dizendo que havia se relacionado com o autor e os dois haviam terminado há 15 dias, sendo que estavam conversando para reatar até que o viu com outra mulher na rua.
Quando ele viu que havia sido flagrado, a derrubou da moto onde estava e passou a agredi-la com socos no rosto e chutes. Já Adriana registrou um BO em novembro de 2022, quando foi agredida pelo autor que tentava reatar o relacionamento.
Adriana contou no dia dos fatos que estava separada do autor há 10 dias e que ele insistia em reatar o relacionamento. Sendo que ela negou e foi espancada por ele com socos e chutes.
Feminicídio majorado
Adriana estava na companhia de uma mulher e da filha de 9 anos, fechando o bar, por volta das 14h30, quando o ex-marido apareceu em uma motocicleta, de cor verde, desceu e fez disparos em direção à vítima, que foi atingida por cinco disparos, sendo quatro na região posterior do tórax e um no braço.
A vítima chegou a ser socorrida pelo cunhado, mas não resistiu e morreu no hospital. Logo após o crime, o ex-marido de Adriana fugiu. Em diligências, a polícia foi até a casa da namorada do suspeito e ela confirmou que ele havia fugido depois de confessar que havia assassinado Adriana.
Segundo a namorada do autor, ele foi até a casa dela pegar algumas roupas e fugiu. Na residência os policiais encontraram embaixo do colchão, dentro de uma meia, 12 munições intactas e três deflagradas.
Na companhia de um advogado, confessou o crime e entregou a arma utilizada no crime.
Fonte: Midiamax