Uma ocorrência diferente mexeu com a rotina de policiais militares da Força Tática do 9º Batalhão na madrugada desta terça-feira (23). Uma das equipes estava perto do viaduto da Avenida Afonso Pena sobre a Rua Ceará, quando ouviu chamado no rádio para uma tentativa de suicídio e se deslocou até o local. A conversa com um dos PMs salvou a vida da jovem, de 18 anos, que trabalha como vendedora em um shopping de Campo Grande.
“Foi por volta das 2h. Vi que ela estava sentada, chorando e afastei os curiosos. Sentei do lado dela e comecei a conversar, sobre o cotidiano mesmo. Perguntei o que fazia, o que estava passando, como poderia mudar isso, opções, sonhos, essas coisas”, conta o sargento, que conversou com a reportagem na condição de se manter anônimo.
O PM narra ainda que o Corpo de Bombeiros também foi acionado, mas a jovem dispensou o atendimento. O policial, porém, insistiu em ficar ao lado dela. “Acho que o que a fez desistir de pular foi o diálogo, falar dos problemas, identificá-los, colocar em ordem de prioridade e buscar vias alternativas. Tento tratar dessa maneira. Afinal, todo mundo tem problemas, né?”.
O sargento revela que militares não recebem treinamento específico para lidar com esse tipo de situação, mas o instinto o fez agir. Ele lembra ainda que muita gente não sabe, mas PMs não fica 100% do tempo à caça de bandidos para prender. “Policial é pai, é irmão, é amigo, tem dívidas, tem relacionamentos conturbados, tem problemas dentro do trabalho. Não é preciso ter uma expertise para ajudar e 90% do serviço policial hoje é isso e muita gente não sabe, resolução de conflitos”.
A jovem foi levada na viatura para a casa da sogra e foi orientada a procurar ajuda profissional.
Campo Grande News