Equipes da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Civil prenderam, na tarde de segunda-feira (8), a esposa, três filhos e um sobrinho do traficante carioca Álvaro Malaquias Santa Rosa, o “Peixão”. Os familiares do criminoso foragido e apontado como líder da facção TCP (Terceiro Comando Puro) seguiram pela BR-262, em Campo Grande, com destino à Bolívia, país que faz fronteira com Corumbá.
A prisão aconteceu por volta das 12h de segunda-feira. A equipe da PRF (Polícia Rodoviária Federal) foi acionada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre dois veículos que seguiam com destino a Corumbá, fronteira com a Bolívia. Inicialmente, a informação era de que Peixão estaria acompanhado dos familiares, fugindo para o país vizinho.
Os policiais conseguiram abordar o veículo na rodovia, ainda em Campo Grande, e, na ocasião, os motoristas afirmaram que haviam sido contratados para fazer o transporte dos passageiros do Rio de Janeiro até Corumbá. Eles foram de avião até a capital fluminense, onde dormiram e, no dia seguinte, seguiram viagem para Mato Grosso do Sul.

Nos carros estavam a esposa, os três filhos e um sobrinho do traficante. Peixão, no entanto, não foi encontrado. Os policiais fizeram a vistoria nos veículos e encontraram malas com diversas joias personalizadas com referências ao líder da facção, além de relógios.
Questionado, o sobrinho afirmou ser o dono de tudo. Ele acabou preso em flagrante junto com a esposa de Peixão por suspeita de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos, valores e promoção, constituição, financiamento ou integração, pessoalmente ou por interposta pessoa, de organização criminosa. Após depoimento na sede da Polícia Federal, eles foram liberados.

“Violento”
Conhecido também como Mano Arão, Peixão nunca foi preso pela polícia, mesmo tendo mais de 70 anotações criminais. Atualmente ele é um dos traficantes mais procurados pela polícia carioca. O apelido faz referência ao irmão de Moisés, profeta bíblico. Arão foi responsável pela construção de um bezerro de ouro para adoração.
Ele é conhecido pelo perfil violento e por ter nomeado de “Complexo de Israel” as cinco comunidades que dominou primeiro: Vigário Geral, Parada de Lucas, Cidade Alta, Pica-Pau e Cinco Bocas – território vigiado por cerca de 200 fuzis. Para marcar seu território, ele usa bandeiras de Israel e frases bíblicas pichadas em muros.
Além de ordenar homicídios e cobrar taxas de comerciantes, o traficante se diz evangélico e é acusado de intolerância religiosa. Algumas denúncias alegam que ele chegou a proibir o uso de branco por moradores e destruiu terreiros nas comunidades que domina.

Matéria: Campo Grande News


