O policial militar Wellington da Silva Cruz seria o líder da quadrilha especializada em contrabando, alvo da Operação Uxoris, deflagrada em Campo Grande e São Paulo, na manhã desta quarta-feira (3), segundo a Polícia Federal.
A quadrilha lucrou mais de R$ 40 milhões, sendo alvo de oito mandados de busca e apreensão em Campo Grande e outro em São Paulo, cumpridos pela PF (Polícia Federal) e Receita Federal, por meio da Delefaz (Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários). Na capital sul-mato-grossense, uma loja de assistência técnica e um depósito, de propriedade de Wellington, foram interditados.
Dos R$ 43 milhões movimentados pela quadrilha, R$ 18 milhões teriam sido movimentados pelo líder, apontado como Wellington. Conforme o Portal da Transparência, o policial recebe um salário de R$ 7,5 mil.
Líder usava familiares para o contrabando
Durante coletiva de imprensa na superintendência da PF, o delegado Anezio Rosa de Andrade, chefe da Delefaz, revelou que a quadrilha agia em torno de três a cinco anos no Brasil. Com distribuidores em Mato Grosso do Sul e São Paulo, os criminosos enviavam mercadorias para todo o país, especialmente pelo marketplace — plataforma on-line que conecta computadores e vendedores.
“Mercadorias de diversos tipos, eletrônicos, utensílios domésticos, mercadorias controladas, cigarros eletrônicos”, detalhou Anezio. A quadrilha movimentou cerca de R$ 43 milhões; destes, R$ 18 milhões teriam sido movimentados pelo líder. Ele foi denunciado pela ex-esposa, que estava tendo seus documentos pessoais usados de forma indevida para a constituição de pessoas jurídicas de fachada.
“O grupo tem um líder, o principal alvo, que seria o grande gestor dessa atividade e que atua com outras pessoas, como ex-funcionários, atuais funcionários, parentes. Temos aí uma estrutura hierarquizada com divisão de tarefas, distribuição de atividades e com uma pessoa, que seria justamente esse ex-cônjuge dessa denunciante, que seria o grande líder, até então identificado nesta operação”, explicou o chefe da Delefaz.

Operação Uxoris
As investigações se iniciaram após a ex-mulher do líder da quadrilha denunciar o uso indevido de seus documentos pessoais para a constituição de pessoas jurídicas de fachada para cometer os crimes.
Durante as investigações, foi identificado que a quadrilha é especializada na importação fraudulenta de grande quantidade de mercadorias de origem estrangeira. Entre as mercadorias, estão capas de celulares e eletrônicos, que eram distribuídos para todo o Brasil por meio de plataformas de marketplace e lojas físicas de Campo Grande.
De acordo com a PF e a Receita Federal, os eletrônicos não tinham documentação fiscal e regularização perante os órgãos de controle aduaneiro.
Modus operandi
Também durante as investigações, foi apurado pela polícia que a quadrilha usava a modalidade conhecida como ‘dólar-cabo’ para fazer os pagamentos das mercadorias. Os criminosos realizavam as remessas ilegais de valores ao exterior mediante compensações financeiras irregulares.
A quadrilha praticava, ainda, ocultação e dissimulação da origem ilícita dos ganhos obtidos.
Fonte: Jornal Midiamax


