Juliano Biron, chefe de uma organização criminosa no Rio Grande do Sul e condenado pelo homicídio do fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni em 2015, foi entregue à Polícia Federal (PF), em Corumbá (MS), nessa quinta-feira (11), após prisão em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.
O preso vai passar por audiência de custódia, nesta sexta-feira (12), em Corumbá. Além de Juliano, também foi preso Yuri Flugrath, que seria braço-direito do chefe da facção. Ambos foram expulsos ao Brasil, pela cidade boliviana Porto Quijarro.
Prisão na Bolívia
De acordo com o delegado Gabriel Casanova, da Delegacia de Capturas, Biron usava documentos falsos e se apresentava como João Paulo Zucco, natural de Santa Catarina. Ele estaria tentando renovar a célula de identidade de estrangeiro.
Segundo comunicado das autoridades bolivianas, ao consultar o sistema internacional, surgiu um alerta vermelho indicando que se tratava de um procurado pela Interpol. Biron era considerado foragido e tem quatro mandados de prisão em aberto no Brasil.
Conforme Casanova, o criminoso estava na cidade boliviana há pelo menos onze meses. Ainda não se sabe se os presos serão transferidos para aos presídios do Rio Grande do Sul.
Assassinato de fotógrafo
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O fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni foi encontrado morto em julho de 2015, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, atingido por 19 tiros. Conforme a polícia, ele mantinha um relacionamento com uma mulher que era namorada de Juliano Biron. Gargioni, no entanto, desconhecia a relação.
A vítima havia desaparecido no dia anterior, quando foi a uma academia. Segundo a investigação, Gargioni foi torturado antes de ser morto. Mais de 300 horas de imagens, gravadas por 80 câmeras de segurança, foram analisadas pelos policiais.
O crime teria acontecido após a mulher chamar Gustavo para um encontro, que serviu como armadilha para que ele entrasse em um carro com Juliano.
A polícia conseguiu acompanhar todo o trajeto feito pelo casal. Gustavo entrou no carro em que a mulher o esperava para um encontro, sem saber que Juliano estava no banco de trás do veículo, armado.
O casal levou Gustavo até a Praia do Paquetá, em Canoas, onde o fotógrafo ainda entrou em luta corporal com o homem e a mulher, mas acabou agredido e atingido pelos disparos.
Em 2023, a mulher foi levada a júri e absolvida das acusações.
Por pouco mais de dois anos, Gustavo trabalhou como fotógrafo do Palácio Piratini, sede do governo do RS, durante o mandato do ex-governador Tarso Genro. Antes de morrer, ele atuou em uma produtora de eventos de Canoas.
Fonte: G1 MS




