O padre Jucelandio José do Nascimento, 41 anos, suspeito de oferecer R$ 2 mil em troca de sexo com um adolescente de 16, teve liberdade provisória decretada pelo juiz Luiz Felipe Medeiros Vieira, durante audiência de custódia, na manhã desta terça-feira (9). Mesmo com depoimento forte da vítima, o pároco responderá ao processo solto.
O depoimento do adolescente, que com riquezas de detalhes contou que Jucelandio enviou mensagens em seu Instagram e whatsApp oferecendo dinheiro para que ele fosse até sua casa, mas não dizia o que ele teria que fazer para receber o valor.
Na madrugada de segunda-feira (8), o padre foi buscar o adolescente de carro, na casa onde ele mora com a família, no Bairro Moreninhas. Durante o trajeto o padre começou a passar as mãos nas partes íntimas do menino e perguntar se ele era ativo ou passivo.
Ao chegarem na casa do padre, no Bairro Cidade Morena, o religioso trancou a porta e pediu que o adolescente fosse tomar banho. O garoto ligou o banheiro para simular que estava se higienizando e ligou para seu irmão pedindo ajuda. Foi neste momento que a família dele chamou a polícia.
Questionado sobre o envolvimento dele com o padre, o adolescente disse que só frequenta a paróquia e que é musico da igreja.
Jucelandio exerceu seu direito de ficar em silêncio, durante depoimento na delegacia. O padre teve liberdade provisória concedida, mas está proibido de se aproximar ou manter qualquer tipo de contato com a vítima e seus familiares.
O padre agora responde pelo crime de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável.
A reportagem tentou conversar com Jucelandio, mas o padre não quis dar entrevista.
O caso
De acordo com o boletim de ocorrência, o pai do adolescente chamou a Polícia Militar, informando que o filho saiu de casa escondido durante a madrugada e foi até a casa do padre, de 41 anos. Os militares seguiram até o imóvel onde o menor estava e encontraram o portão entreaberto.
Já no quintal, a PM chamou o padre pelo nome e ele abriu a porta. O adolescente estava na casa e então os policiais questionaram o padre sobre o motivo de o menor estar no local. O homem, então, respondeu que chamou o menino para tratar de assuntos referentes ao acampamento da igreja. Já a vítima disse que o padre ofereceu R$ 2 mil para ter relações sexuais.
Afastamento
Jucelandio atuava na Paróquia Nossa Senhora Aparecida das Moreninhas, mas o Arcebispo Metropolitano de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, decidiu afastá-lo de suas funções, devido a denúncia de importunação sexual.
Segundo nota publicada pela Arquidiocese de Campo Grande e assinada por Dom Dimas, diante da grave denúncia, foi necessário o afastamento.
“(…) em cumprimento às normativas do Direito Canônico, bem como às promulgadas pelo Papa Francisco e pela Sé Apostólica sobre a proteção de vulneráveis, determinei o afastamento ad cautelam do referido sacerdote de suas funções ministeriais, para que a autoridade policial, o Tribunal Eclesiástico e a Comissão de Proteção de Vulneráveis da Província Eclesiástica de Campo Grande conduzam com diligência as devidas investigações acerca dos fatos denunciados”, diz a nota.
Durante o período de afastamento e de investigações, a Arquidiocese esclareceu que será nomeado um administrador para a Paróquia Nossa Senhora Aparecida das Moreninhas.
FONTE: CAMPO GRANDE NEWS