Dois proprietários de ferros-velhos foram presos em flagrante com quase meia tonelada de cobre sem procedência. A prisão foi realizada durante a Operação Ferro-velho, nesta quinta-feira (8), no bairro Caiobá, em Campo Grande. A ação ocorre três dias depois de um homem morrer carbonizado ao invadir subestação de energia para furtar fios.
A ação aconteceu em parceria entre equipes da Guarda Civil Metropolitana, Polícia Militar, Polícia Civil e fiscais da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano).
Policiais que participaram da operação constataram que os materiais são os mesmos utilizados por empresas de telefonia e energia elétrica.
Um dos comerciantes admitiu que desconfiou da procedência do material, no entanto, comprou os produtos. Além do cobre, também foram apreendidos fios de alumínio em grande quantidade.
O material foi apreendido e os comerciantes foram conduzidos até a Depac Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada).
Uma lei aprovada em maio de 2022 exige comprovação de origem ou procedência na comercialização de cobre, alumínio e estanho em Campo Grande, apenas em outubro do ano passado, foi assinado o decreto para regulamentar as ações contra os furtos.
Conforme a regulamentação, o estabelecimento que comercializar o produto sem a comprovação da procedência ou origem, pode sofrer multa de R$ 10 mil, além da reclusão de 1 a 4 anos e a cassação do alvará de atendimento do proprietário e sócio pelo período de 10 anos.
Operação Ferro-velho
A primeira fase da Operação Ferro-velho foi deflagrada no dia 1º de novembro de 2023. Na ocasião foram fiscalizados 4 estabelecimentos e apenas um funcionava de maneira regularizada. Os demais estavam sem alvará ou com alvará vencido.
Dias após a primeira operação, uma nova fiscalização foi realizada no dia 21 de novembro. Durante a ação, 4 pessoas foram presas e outras 36 empresas que faziam o comércio ilegal do produto foram notificadas.
Segundo levantamento realizado pela Sesdes (Secretaria Especial de Segurança Pública e Defesa Social), ao longo de 2023, 107 casos de furtos de fios de energia foram registrados em Campo Grande. Os ferros-velhos irregulares são os principais receptadores.
Um dos principais motivos do furto de fios de cobre é a facilidade na venda do produto. As ações das forças de segurança revelam que usuários de drogas furtam os materiais e trocam por entorpecentes, oferecidos por receptadores.
Os furtos de fios, além de crime, colocam em risco a vida de quem infringe a lei em busca desses materiais. Na segunda-feira (5), um homem morreu eletrocutado em uma subestação de energia elétrica após receber descarga de 130 mil kilovolts.
Conforme a Polícia Civil, ele invadiu unidade de energia da Vila Progresso, próximo ao Estádio Morenão, em Campo Grande, para roubar fios de energia. Durante a tentativa de furto, houve um curto-circuito na rede e o homem morreu eletrocutado.
Fonte: Agência Brasil