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Pastor envolvido em morte de policial federal é executado em MS

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O comerciante e pastor Kleber Rocha Pinto de 59 anos foi executado a tiros em frente de seu comércio na noite desta quinta-feira (24) em Ponta Porã, cidade a 313 quilômetros de Campo Grande. Kleber foi preso e respondeu por participação no assassinato do policial federal Marcos Antônio Soares Assunção, 35,em Dourados, cidade a 229 quilômetros de Campo Grande, ocorrido em 1998.

De acordo com testemunhas, os autores, dois pistoleiros, estavam em uma moto quando executaram Kleber em frente ao comércio dele na saída para Antonio João. Ele foi socorrido e levado ao Hospital Regional ma morreu logo após dar entrada. Populares dizem que os autores fugiram para o Paraguai após o crime.

Caso da execução de Rambo

Numa das esquinas da Rua Dezidério Felipe de Oliveira, Rambo foi alvejado por cinco tiros. Morreu instantaneamente. O relógio marcava 13h15. Na época, a Polícia Federal presumiu que o agente Marcos foi atraído para uma emboscada armada por dois de seus “informantes”.

Rambo morreu ao lado de um veículo Saveiro descaracterizado que usou para chegar até o local da sua execução. Na cintura uma pistola Lock nove milímetros fabricada na Austrália. Em outro local do corpo estava um revolver Rossi 38. Dentro do carro Rambo tinha um fuzil Sturn Rugger calibre 5,56 milímetros. Mesmo com este arsenal, o policial federal não teve tempo para reagir.

Rambo era filho de pai policial militar e irmão de um policial rodoviário federal. Ele tinha 35 anos, era casado e pai de um filho de pouco mais de dois anos. Querido pelos colegas de corporação e reconhecido por grande parte da população era uma lenda viva por causa de sua atuação profissional e sua presença constante em locais públicos.

No mesmo dia do crime a Policia Federal prendeu em flagrante o então estudante de Direito Kleber Rocha Pinto na época com 34 anos por ser suspeito de ter ligações com o crime depois que pistas dadas por testemunhas levaram os policiais até ele.

Kleber era “informante” de Rambo e acabou entregando o seu “comparsa”, o também informante Jaime Favaro, o Jaiminho ou “Gauchinho”, conhecido meliante do Jardim Flórida. Conforme consta no inquérito policial, Rambo, no dia do crime, recebeu um telefonema anônimo alarmando que existia um ponto de drogas na Rua Dezidédio. Rambo foi atraído para a morte.

Consta que nesta “emboscada” Gauchinho usou uma moto de propriedade de Kleber para cometer o crime. Kleber teria visto os disparos.

O jornalista Percival de Souza, do Estadão, em seu livro “Sindicato do Crime” editado em 2006, diz na página 185 um pouco da vida de Rambo. No capitulo IX intitulado “A Noite dos Generais” Percival trata Rambo de “Rambinho” e diz: “os contrastes das relações crime-repressão podem predominar, mas muitos atos nunca fizeram e jamais farão parte dos autos.”

O jornalista segue no livro dizendo que “Rambinho, o agente federal Marcos Antonio Soares Assunção, em Mato Grosso do Sul, chegou a ser o numero 1 em nome da lei na repressão ao tráfico de drogas. Cabelos longos, fuzil nas costas, encarnava o personagem de cinema com eficiência, colocando em perigo o domínio do trafico na fronteira e atingindo expoentes do pó como José Elias dos Santos, o Bagual, um dos principais gerentes de Fernandinho Beira-Mar”.

No livro, Percival diz que “o ódio era grande. O policial federal caçador de traficantes foi emboscado por traficantes, que arquitetaram o plano da morte com um informante traidor do policial. Confiante que estava indo para um encontro em que receberia preciosas informações para mais uma grande apreensão de drogas, Rambinho deixou-se envolver pelo abraço da morte. Já inerte, o corpo recebeu um pontapé nas nádegas”.

O relato do jornalista paulistano reforça o ato heróico de Rambo que, enquanto jazia ante ao choro dos familiares, tinha em “seu nome” um grupo de cerca de 45 policiais numa verdadeira “caçada humana” para capturar Jaime Favaro, o Gauchinho, um rapazola branquela de cerca de vinte anos de idade. Gauchinho fugiu e buscou abrigo na casa de uma irmã na cidade de Laguna Caarapã. Não conseguiu guarida e, com o farnel cheio, se embrenhou numa mata fechada onde foi cercado por policiais.

Cansado, com fome e frio, Gauchinho “reagiu à prisão” e foi morto na sexta-feira, 26 de junho de 1998, três dias depois da “emboscada”. O corpo de Gauchinho transformou-se em peneira. Ficou irreconhecível. Depois de mais de 24 horas de “caçada”, o assassino de Rambo “cercado” pelos 45 policiais recebeu mais de vinte tiros conforme atesta o inquérito policial. Ao sair da mata ao encontro da morte Gauchinho esta portando apenas um revolver Magnum 357. A mega-operação para se “fazer justiça” serviu-se até de avião que sobrevoou a mata para tentar localizar o criminoso que foi acusado na época de participar de outras execuções.

Percival de Souza “justifica” em seu livro que narra além do caso de Rambo outros fatos envolvendo membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) que: “O ódio era recíproco. O responsável pela morte de Rambinho virou peneira humana depois de uma longa caçada. Tudo registrado como “resistência e morte”, nos termos da lei, naturalmente”.

Policial Federal morto em 1998

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