InícioEconomiaSaca do milho dobra de preço em Mato Grosso do Sul

Saca do milho dobra de preço em Mato Grosso do Sul

Mato Grosso do Sul projeta uma colheita mais enxuta na segunda safra 2020/2021. Com longo período de estiagem, a oferta do grão deve ser menor em todo o País.

Com aumento da demanda e queda na oferta, a saca do milho mais do que dobrou de preço no Estado.

Conforme o boletim Casa Rural, elaborado pela Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul), nas primeiras semanas de junho, o preço médio da saca com 60 kg do cereal era de R$ 85,75, alta de 129,95% em relação ao valor médio de R$ 37,29, no mesmo período de 2020.

Os preços do cereal estão sustentados pela valorização no mercado internacional. “Os vendedores e compradores estão cautelosos na realização de negócios e de olho no resultado da safra.

A comercialização antecipada praticamente inalterada em relação à semana anterior mostra que os produtores estão com foco no acompanhamento das lavouras”, detalha o relatório.

Ainda segundo o documento, as cotações não significam que o produtor esteja recebendo efetivamente os valores. “Uma vez que há uma escassez de estoques de milho com o produtor neste momento”, avalia o boletim técnico.

As projeções para a colheita do milho safrinha ficaram menores.

Conforme estimativa do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga MS), a projeção é colher 9,013 milhões de toneladas de milho. Queda de 15% em relação ao ciclo anterior, quando a safrinha atingiu 10,618 milhões de toneladas.

A área plantada, no entanto, apresenta crescimento de 5,7% em relação ao ano anterior. Na safrinha 2019/2020, a área semeada foi de 1,895 milhão de hectares, a estimativa para a safra atual é de 2,003 milhões de hectares.

Enquanto a produtividade estimada é de 75 sacas por hectare, ante as 93 sacas por hectare colhidas no ciclo passado.

CHUVAS

Mesmo com as chuvas, algumas regiões, como sul e sudeste, já possuem 79% e 59%, respectivamente, dos cultivos classificados como “ruins”. A área de milho está sendo revisada pelo Siga e até o período de colheita será divulgada a confirmação da área plantada do Estado.

“Em algumas lavouras do Estado já podemos verificar a perda total por conta da estiagem e a queda de granizo. Alguns produtores já planejam gradear a cultura do que colher, haja vista que o custo com a operação das máquinas sem perspectiva de produção inviabiliza a continuidade do cultivo”, avalia o relatório.

As regiões oeste, centro, sul e Sudeste possuem as piores condições das lavouras, juntas representam mais da metade da área plantada do Estado.

O alerta de falta de chuvas para os próximos meses preocupa o setor. O prognóstico de precipitação acumulada indica que em junho são previstos até 130 mm de acúmulo e em julho até 80 mm.

“A precipitação indicada é menor do que a demanda hídrica exigida pela cultura no desenvolvimento do seu ciclo”.

O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, disse que o alerta de crise hídrica aponta para um período ainda mais seco.

“Com a falta de chuvas, já temos consolidada uma perda de 30% na safra de milho que está prevista para este ano. Essa é uma consequência imediata da crise hídrica”, explica Verruck.

NACIONAL

Na semana passada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o nono levantamento da safra de grãos 2020/2021. A estimativa é de que a produção atinja 262,13 milhões de toneladas de grãos no País.

As condições climáticas adversas registradas durante o cultivo da segunda safra afetaram as estimativas de produtividade nas lavouras.

A estimativa é de que a produção total de milho chegue a 96,4 milhões de toneladas no Brasil, sendo 24,7 milhões de toneladas na primeira safra, 69,9 milhões na segunda e 1,7 milhão na terceira, uma redução de 6% na comparação com o ano anterior.

“A queda esperada se deve, sobretudo, ao retardamento da colheita da soja e, em consequência, o plantio de uma grande parte da área do milho segunda safra fora da janela indicada”, pontua a entidade.

Fonte: Coxim Agora

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